O RADIOAMADORISMO EM CAXIAS DO SUL

 

Em setembro de 1994, Ampélio Veronese (nascido em 18/10/1927), deu seu depoimento ao Boletim Informativo do PXPY Clube de Caxias do Sul (publicado no BI de outubro de 1994) e que dava conta dos primórdios do Radioamadorismo em Caxias do Sul:

 

"Em 1946, mesmo antes dos prefixos e as licenças para a operação de Estação de Radioamador serem expedidas pelo Departamento dos Correios e Telégrafos do antigo Ministério de Viação e Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Artigo 9º, Parágrafo 2º, Alínea "A" da Portaria nº 936 de 30/09/1950) os primeiros radioamadores em Caxias do Sul eram:

 

PY3DF Amilcar Pezzi, o primeiro radioamador legalmente prefixado em Caxias do Sul,

PY3JF Afonso Fritsch,

PY3JI Pe. Ângelo Tronca, Padre,

PY3WU Pe. Eugênio Giordani, Padre, Pároco da Igreja São Pelegrino,

PY3KL Querino Costi,

MY3MH Viniciuis Ribeiro Lisboa,

PY3MW Pedro Acosta Rodrigues,

PY3NI Eloi Fritsch,

PY3NZ Fermino Tissot,

PY3OI Nelson Castro Reis, inspetor de polícia, um dos fundadores do CTG Rincão da Lealdade em Caxias do Sul,

PY3SB Remo Gianella, empresário, fundador do Lanifício Matheo Gianella,

PY3SC Doviglio Gianella, vereador, empresário, fundador do Lanifício Matheo Gianella,

PY3SL Edith Pezzi Reis, a primeira mulher legalmente prefixada em Caxias do Sul,

PY3WT Max Borghort Filho,

PY3AIX Manoel Adão de Oliveira Bandeira que foi por muitos anos, representante da Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão - LABRE em Caxias do Sul,

PY3BTX Dr. Walter Gomes de Almeida, Advogado e por muitos anos Juiz de Direito em Caxias do Sul."

 

Seguindo estes pioneiros, entre outros vieram PY3AVT (antigo PY5ARQ - Prefixo do Estado de Santa Catarina onde residia) Ampélio Veronese que declarou em seu depoimento:

 

"Havia, nos tempos do DTC, a determinação de duas classes de radioperadores amadores determinadas de "A" e "B". Os exames eram prestados junto ao próprio DCT onde era exigida a prática de transmissão e recepção de sinais de telegrafia, bem como conhecimentos das normas de operação de estação de Radioamador.

 

O candidato prestava seus exames e sendo aprovado obtinha inicialmente a licença para operação na classe "B" e somente após passado um ano e a comprovação mínima de três (03) contatos em telegrafia e mais um contato em fonia mediante apresentação de cartão QSL obtinha a licença de operação para a classe "A" que lhe permitia operar as bandas mais nobres do radioamadorismo."

 

Ampélio fazia questão em salientar que os sistemas irradiantes e os rádio transmissores eram todos construídos pelos próprios radioamadores, pois não existia no Brasil qualquer empresa fabricante e a importação de tais equipamentos era inviável por dois motivos: O financeiro e as consequências políticas da II Guerra Mundial faziam com que os governos controlassem com mão de ferro as comunicações naqueles anos.

 

Ampélio Veronese faleceu em Caxias do Sul em 17/07/2007.

 

Fonte: BI de outubro de 1994